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sexta-feira, 13 de julho de 2012

«Até o silêncio tem um fim» de Ingrid Betancourt

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Ingrid Betancourt nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1961. Viveu e estudou em França, onde se formou em Ciências Políticas. Em 1989, regressou à Colômbia para se dedicar à política. Assessora dos ministros das Finanças e do Comércio Externo, entre 1990 e 1994, foi eleita deputada em 1994, criou o partido Oxigeno Verde em 1997 e foi eleita senadora em 1998. Em 2002, enquanto era candidata presidencial da Colômbia, foi sequestrada pelas FARC. Depois de seis anos e meio de cativeiro, em 2008, o exército colombiano resgatou-a.
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Este é um relato dramático e brutal do que uma mulher refém passou numa eternidade de tempo, desde ser espancada, acorrentada pelo pescoço, passar fome, como se vê pela sua extrema magreza, em cativeiro. Depois de libertada, ainda teve coragem para escrever todas as suas memórias desses tempos de terror. É um exemplo que nos inspira para os tempos difíceis que vivemos, um verdadeiro manual de sobrevivência.

Era maior do que eles, mantinha a cabeça direita e rígida e todo o meu corpo estava tenso pela ira. Sabia que nada podia fazer contra eles, mas que eles não estavam seguros disso. Sentia que eles tinham mais medo do que eu. No entanto, tinham a seu favor o ódio e a pressão dos outros. Bastava um gesto para que fosse rompido esse equilíbrio no qual eu ainda tinha vantagem.
 Ouvi o homem da corrente dirigir-se a mim. Repetia o meu nome com uma familiaridade insultuosa. Decidira que eles não me fariam mal. O que quer que pudesse acontecer, não teriam acesso à essência de mim. Sentia que se conseguisse manter-me inacessível evitaria o pior.