sábado, 16 de novembro de 2019

Rosalia de Castro



Rosalia de Castro nasceu em Santiago de Compostela, em 1837 e morreu em Padrón em 1885, não chegando assim a completar os cinquenta anos.
Santiago de Compostela 2017

É considerada uma das maiores escritoras e poetisas da Galiza, sendo o dia 17 de Maio, Dia das Letras Galegas, feriado por ser a data de edição da sua primeira obra em língua galega, Cantares Galegos.



Este poema sobre o tema da emigração, que abalou gravemente a Galiza, que levou muitos homens a partir para Portugal, África, Brasil e outros países, é de grande beleza e tocante no retrato que faz de um povo que sofre.
Aqui fica cantado com a bonita voz da cantora de Manhouce, Isabel Silvestre.

Padron, 2017



Cantar de emigração



Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão.
Galiza, ficas sem homens
que possam cortar teu pão

Tens em troca orfãos e orfãs
e campos de solidão
e mães que não têm filhos
filhos que não têm pais.

Corações que tens e sofrem
longas horas mortais
viúvas de vivos-mortos
que ninguém consolará



https://www.youtube.com/watch?v=hcr3XhXdXfA

terça-feira, 12 de novembro de 2019



A canção Menina estás à janela faz parte do cancioneiro popular alentejano e tornou-se famosa (para quem ainda não a conhecia) na voz e interpretação de Vitorino.
Desde aí, toda a gente a sabe cantarolar, pelo menos alguns versos.
Aqui fica na sua totalidade, como «prenda minha».

Pedras d'El Rey (Tavira), Setembro 1997

Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua
Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela
Os olhos requerem olhos
e os corações corações
e os meus requerem os teus
em todas as ocasiões
Menina estás à janela
Com o teu cabelo à lua
Não me vou daqui embora
Sem levar uma prenda tua

Monsaraz
Sem levar uma prenda tua

Sem levar uma prenda dela
Com o teu cabelo à lua
Menina estás à janela

Os olhos requerem olhos
E os corações corações
E os meus requerem os teus
Em todas as ocasiões

Menina estás à janela
Com o teu cabelo à lua
Não me vou daqui embora
Sem levar uma prenda tua

Sem levar uma prenda tua
Sem levar uma prenda dela
Com o teu cabelo à lua
Menina estás à janela

 Letra e música: Popular (Alentejo)

Recolha e adaptação: Vitorino
https://www.letras.mus.br/vitorino/1054695/

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Sophia de Mello Breyner Andersen - Centenário do nascimento




Hoje, dia 6 de novembro de 2019, comemora-se o centenário de Sophia de Mello Breyner Andersen, grande poetisa (ou poeta, como ela preferia), escritora de contos e lutadora contra o regime fascista e repressor de Salazar e Marcelo Caetano.

Sophia de Mello Breyner Andersen nasceu no Porto em 6 de novembro de 1919 e morreu em Lisboa em 2 de Julho de 2004.
Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.
O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014.




Os contos  A Menina do Mar , A Fada Oriana, A Noite de Natal, entre outros,  foram os mais lidos e analisados por alunos e professores do 2º ciclo, fazendo já parte do nosso imaginário.


Do Livro Sexto, que recebeu o Grande Prémio de Poesia  da Sociedade Portuguesa de Autores, escolhi este poema, onde o tema da praia e do mar está presente, como em muitos outros.


O hospital e a praia

E eu caminhei no hospital
Onde o branco é desolado e sujo
Onde o branco é a cor que fica onde não há cor
E onde a luz é cinza

E eu caminhei nas praias e nos campos
O azul do mar e o roxo da distância
Enrolei-os em redor do meu pescoço
Caminhei na praia quase livre como um deus

Não perguntei por ti à pedra meu Senhor
Nem me lembrei de ti bebendo o vento
O vento era vento e a pedra pedra
E isso inteiramente me bastava

E nos espaços da manhã marinha
Quase livre como um deus eu caminhava

E todo o dia vivi como uma cega

Porém no hospital eu vi o rosto
Que não é pinheiral nem é rochedo
E vi a luz como cinza na parede
E vi a dor absurda e desmedida

Sophia de Mello Breyner Andersen



sábado, 2 de novembro de 2019

Gansos do Egipto




Dois gansos do Egipto, aves que só tinha visto no Jardim da Gulbenkian e que são raros por estas paragens, surpreenderam-nos no lago do Campo Grande, na ilha mesmo à nossa frente. Na Primavera, cá teremos mais uns gansinhos.

Aqui está a foto que tirei à família toda no jardim da Gulbenkian, o ano passado, com sete gansinhos, que é o máximo de filhotes que um casal pode ter, que ganhou o 1º lugar para ser capa da revista Wilder. Foi uma questão de sorte, de estar lá no momento certo, mas de que muito me orgulho, claro.