sábado, 26 de maio de 2018

Presidente Allende





O único presidente que falou sobre os direitos da mulher foi Allende in «A aventura de Miguel Littin clandestino no Chile» de Gabriel Garcia Marquez (2011).

Este é um livro que nos conta mais sobre o Chile dos tempos da ditadura de Pinochet do que muitos outros, sem ser um livro de História.
A aventura de Miguel Littin clandestino no Chile»  conta-nos, de uma forma magistral e comovente, a verdadeira história de um realizador chileno (Miguel Littin)  que, expulso do seu país há 12 anos, volta clandestino com quatro equipas de filmagem para fazer uma reportagem sobre o seu país. 


Gabriel Garcia Marquez transcreve o que Miguel Littin lhe contou, reconstituindo as seis semanas desta aventura íntima e comovedora de um chileno que quer mostrar ao mundo como era o seu país nesses tempos , bem como a forma miserável como as pessoas viviam, sob a ditadura de Pinochet (os mineiros, por exemplo).

Quanto ao Presidente Allende, era bom que os Presidentes do mundo actual lhe seguissem o exemplo no que respeita ao seu interesse pelos Direitos das Mulheres, que continuam a precisar de alguém que se lembre delas e que as defenda.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Jardim «Mário Soares» no Campo Grande


Chamam-lhe agora Jardim «Mário Soares», mas sempre foi conhecido por Jardim do Campo Grande (zona sul), juntamente com a zona norte.
Todas as crianças de Lisboa aí brincaram ou nos baloiços, ou na piscina antiga, ou nos lagos, um deles até com pequenos barcos a remos. 
Todos os pais e mães aí levaram os seus filhos a passear e a brincar.


Era e ainda continua a ser um espaço verde incontornável, de grandes dimensões e de grande beleza.
Resolveram homenagear Mário Soares, que morava perto e aí costumava passear, dando o seu nome à zona sul do Jardim, onde agora uma piscina interior «super fina» Go Fit, substituiu a velhinha piscina ao ar livre, que dava para a miudagem apanhar sol e dar pulos para a água.
A grande esplanada que havia ao pé da piscina desapareceu há muito tempo, estando para abrir um quiosque com mesas e cadeiras, o que já é bom.


Quando lá passei, neste mês de Maio, o relvado ainda não estava crescido nalguns lados, e noutros já pisado porque o deixaram sem proteção. As plantas também ainda estão pequenas.
A estátua de Mário Soares já foi vandalizada e retirada (era de material pouco sólido e o vandalismo de alguns levou a melhor).


Resta um monumento com um excerto de «Portugal Amordaçado», da sua autoria.
Se a relva crescer, as plantas ficarem grandes  e o quiosque abrir, vai ficar um bom espaço verde, digno de reavivar memórias antigas.  
Por agora, as crianças divertem-se no parque dos baloiços, onde já têm uma Aranha e muitos divertimentos.







quarta-feira, 2 de maio de 2018

«Sei um ninho» de Miguel Torga


«Sei um ninho...», dizia Miguel Torga.


E agora eu posso dizer também.
No meio da floresta de betão armado, num 12º andar, em frente à minha janela que se tornou num posto de observação, existe um pequeno buraco redondo na parede, debaixo da caixa de ar condicionado, onde se instalou um casal de melros e aí fez o seu ninho. Alimentam os filhotes todo o santo dia, num vaivém incansável. Maravilhas da natureza!




Sei um ninho



Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...