sexta-feira, 31 de maio de 2013

Mais um «Pinocchio» de Collodi




 
Uma das grandes vantagens das Feiras de Livros é poder encontrar de tudo um pouco, livros novos e antigos, autores de todo o tipo, para além dos descontos e promoções.


A presença de alfarrabistas na Feira do Livro é uma das mais valias deste evento, pois nem sempre temos tempo para ir à procura deles, em lugares um pouco escondidos por vezes.

Os livros da moda, do momento, esses encontram-se em todo o lado, bem perto de quase toda a gente. 


Este ano, encontrei uma preciosidade, mais um livro do Pinóquio, que foi visto aliás pela minha amiga Ju.


Fiquei toda contente, pois não tive este livro na minha infância, nem o conhecia. Vem com a marca do seu proprietário, que escreveu na 1ª página em branco, a lápis, com letra certinha e com maiúscula na palavra «Pai»:

Deu-me o Pai no dia 25-12-1940.



Tanta coisa está encerrada nesta pequena frase! Tanta história, que agora me pertence por apenas cinco euros!!


quarta-feira, 29 de maio de 2013

«El poeta se acuerda de su vida» de Vicente Aleixandre

Vicente Aleixandre


















Agora, tempo e espaço aos poetas andaluzes de outros tempos, da bela cidade de Sevilha, terra natal de meu avô materno.
Vicente Aleixandre Merlo, nasceu em Sevilha em 1898, e morreu em 1984, em Madrid.
Era um dos poetas da Geração de 27, recebeu o Prémio nacional de Literatura em 1934, foi membro da Academia Real Espanhola a partir de 1949 e obteve o Prémio Nobel da literatura em 1977.

 El poeta se acuerda de su vida

Vivir, dormir, morir: soñar acaso (Hamlet)

Perdonadme: he dormido.
Y dormir no es vivir. Paz a los hombres.
Vivir no es suspirar o presentir palabras que aún nos vivan.
Vivir en ellas? Las palabras mueren.
Bellas son al sonar, mas nunca duran.
Así esta noche clara. Ayer cuando la aurora,
o cuando el día cumplido estira el rayo
final, y da en tu rostro acaso.
Con un pincel de luz cierra tus ojos.
Duerme.
La noche es larga, pero ya ha passado.


              Vicente Aleixandre , Poemas de la consumación










sexta-feira, 24 de maio de 2013

Viver também cansa




A vida, mormente nos velhos, é um ofício cansativo.

                                    Machado de Assis, Memorial de Aires



segunda-feira, 20 de maio de 2013

«Tempos interessantes» de Paul Valéry




 Paul Valéry (1871/ 1945)


Viveis tempos interessantes, disse Paul Valéry a uma plateia de universitários de Paris, no dia 13 de julho de 1932. 
Os tempos interessantes são sempre tempos enigmáticos que não prometem descanso, nem prosperidade, continuidade nem segurança, e acrescentou:
Nunca a humanidade juntou tanto poder e tanta desordem, tanta apreensão e tantas diversões, tanto conhecimento e tanta incerteza.



 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Jardins da Portela

 Jardins da Portela



Os jardins da Portela encheram-se de flores e de perfumes, na Primavera de 2013, como nos outros anos.



As andorinhas também chegaram, nos princípios de Março.


A passarada chilreia alegremente e os melros ensaiam sinfonias nos altos das árvores, tentando que alguma fêmea os oiça.




 Os humanos são os únicos seres que andam cabisbaixos, passeando os seus cães ou calcorreando os caminhos da sobrevivência, dando voltas e voltas à vida.

 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

«Economia para principiantes» de David Orrell e Borin Van Loon






O Antigo Testamento contém muitos passos sobre economia. Proibe a usura, e no Jubileu, a cada sete anos, todas as dívidas eram anuladas.
  Isto é o que diz um pequeno livro que ganhei no dia da mãe e que estou a ler atentamente, chamado Economia para principiantes. Nós também  não pedimos tanto, claro que isso dos sete anos é uma forma de dizer!

Quem é que não é um principiante em matéria de economia, nos tempos que correm, em que vemos tais aberrações ? 
Os que recebem menos a terem de ser «solidários» à força com os que recebem mais, os contribuintes a salvarem os bancos privados da falência, mesmo que estes não tenham contribuído em nada para eles nem para o país, ganhando assim o Estado mais uma rica clientela para alimentar (com lagostas, lavagantes e camarões), o aumento de impostos cada dia sim dia não, etc, etc.
Claro que sou uma principiante, embora já conhecesse a palavra usura e juros usurários, aliás prática bem antiga em terras lusas. 




Aconselho a todos a leitura deste livrinho, muito prático, até aos senhores do FMI e seus pares. Mas, a ver pelas pastas que trazem sempre com eles e o ar atarefado com que entram e saem dos automóveis (foge!!!), parece que os homens da Tróika não têm tempo para ler, nem estão interessados. Só os números interessam. 
O que acontece a seguir vem na História da Humanidade. Que eles também não leram!!! É pena!!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cervantes






 Miguel de Cervantes ( 1547/1616)


Parafraseando Cervantes , El camino es siempre mejor que la posada.

Que todos os que pensam que não vale a pena continuar a luta pelos direitos já há muito estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, nas Nações Unidas em 1948, ou aqueles que nas suas mentes ignaras e cegas na conquista de poder e de dinheiro pensam que vão desvirtuar esses direitos num só dia, se lembrem que muitos caminhos foram precisos calcorrear até se conseguir a vitória dos que estavam certos e lutavam contra as forças do «mal».
E que esses caminhos, por mais sangrentos e difíceis que sejam, são sempre o melhor da vida e da luta contra as injustiças, o que dá ânimo aos que não desistem de lutar , o que perdura na história da humanidade e  na memória no momento da chegada.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

«O ano sabático» de João Tordo





João Tordo é dos novos escritores portugueses o meu preferido, como já disse aqui, a propósito de outras obras dele.
Li o seu último romance, O Ano Sabático, e concordo plenamente com as ótimas críticas que tem recebido.
António-Pedro Vasconcelos, escreveu no Sol: Um enorme romancista que nos redime do horror, como os grandes mestres, pela força misteriosa da escrita.
Este é um romance que se lê duma penada, que cativa o interesse do leitor do princípio ao fim, numa escrita espontânea, cheia de vida e atenta aos mistérios da condição humana. E cheio de apontamentos autobiográficos, o que confirma a regra.

Nunca escrevi nenhum que fosse inteiramente falso - todos eles, creio, têm grande parte de verdade, utilizando a ficção como catapulta. Mas nunca escrevi um livro que fosse tão verdadeiro como este, nem que exigisse tanto de mim. A memória, como se sabe, é uma coisa dolorosa.

                                              João Tordo. O Ano Sabático 

 
  

quarta-feira, 1 de maio de 2013

«1º de Maio de 2013» de Isabel del Toro Gomes









Dia do trabalho por Tarcila Amaral

 
1º de Maio 2013

 
Este país que eu amo
E onde um dia nasci
É vida e é morte
Luz e sombras de terror
É amor e é ódio
Alegria e muita dor
É beleza e trevas

Mas será sempre
O país que eu amo
Onde os meus filhos nasceram
Onde os meus avós morreram
E onde haverá dia após dia
Alguém que luta nas ruas
E faz ouvir a sua voz
Contra aqueles que disseram
Nós somos os senhores do mundo.